Grupo Pilecco Nobre acerta em cheio ao utilizar solução ecológica e econômica

Uma proposta “Eco – Eco”, que alia ecologia e economia. Esse é o resumo da estratégia que o Grupo Pilecco Nobre Alimentos adota para algo que, tradicionalmente, configurava-se como um problema ambiental: a destinação da casca de arroz.

A empresa, que tem sede em Alegrete e uma importante atividade dentro do mercado arrozeiro do Brasil, resolveu aproveitar a casca do grão para gerar energia e sílica (insumo que pode ser aproveitado, entre outras finalidades, no segmento da construção civil). “O Grupo Pilecco Nobre, através do uso da tecnologia, agrega valor de ponta a ponta na cadeia produtiva do arroz”, enfatiza o presidente da companhia, Onélio Pilecco.

O engenheiro de materiais Luiz Fernando Mota Marton recorda que a concepção do projeto para o aproveitamento da casca de arroz para a geração de energia se iniciou no ano de 2005. Em 2008, começou a produção de energia elétrica e, três anos depois, no mês de abril, a empresa registrou a sua primeira carga comercial de sílica. O material, fabricado pela Sílica Verde do Arroz (SVA – companhia subsidiária criada pelo Grupo Pilecco Nobre), pode ser utilizado como adição e substituição do cimento em dosagens de concreto e artefatos à base de cimento com ganhos de propriedades no produto final.

No caso da eletricidade, Marton informa que a usina fornece energia para a própria planta da Pilecco e para a rede elétrica do sistema interligado nacional. A capacidade instalada do complexo é de 5 MW (o que corresponde a cerca de 0,1% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul). Já a capacidade de produção de sílica é da ordem de 1 mil a 1,2 mil toneladas ao mês, contudo depende do volume de geração de energia. Com a solução encontrada, a empresa consegue dar uma destinação adequada para cerca de 5 mil toneladas mensais de casca de arroz. Por ser uma alternativa que contribui para a redução de impactos ambientais, a iniciativa tem direito a créditos de carbono (que remuneram empreendimentos que contribuem com a ecologia).

Marton cita ainda como outra possibilidade futura para o aproveitamento da sílica o uso na fabricação de painéis fotovoltaicos ou em artefatos de borracha, como pneus. “Somente o verde não vende, é preciso ser financeiramente viável”, adverte o engenheiro. Marton recorda que, antigamente, a casca de arroz era colocada em um depósito licenciado pela Fepam. No entanto, antes que essa opção esgotasse, a Pilecco resolveu adotar a geração de energia e de sílica com o subproduto. De acordo com o engenheiro, a sílica é comercializada com clientes presentes no Rio Grande do Sul e também em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.

Apesar da atividade do Grupo Pilecco ser a responsável pela maior parte da casca de arroz aproveitada, a geração de energia e a fabricação de sílica ainda absorvem resíduos de outrosarrozeiros localizados a um raio de até 200 quilômetros da usina. Para estocar o material, são utilizados quatro silos. Com a estratégia, é possível manter a geração de energia e de sílica durante o ano inteiro.

Fonte: Jornal do Comércio

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